2006/03/17

recebi por email (aliás como devem ter recebido muitas outras pessoas...) este texto de autor e data desconhecidos. publica-se aqui a primeira parte.

Já vai para 15 anos que estou aqui na Volvo, uma empresa sueca.Trabalhar com eles é uma convivência, no mínimo, interessante. Aqui, qualquer projecto demora 2 anos a concretizar-se, mesmo que a ideia seja brilhante e simples. É regra.Então, nos processos globais, nós (portugueses, brasileiros, americanos, australianos, asiáticos, etc.) ficamos aflitos para obter resultados imediatos, numa ansiedade generalizada. Porém, o nosso sentido de urgência não surte qualquer efeito neste país. Os suecos discutem, discutem, fazem"n" reuniões e ponderações. E trabalham num esquema bem mais "slow down". O pior é constatar que, no fim, acaba por dar tudo certo no tempo deles, com a maturidade da tecnologia e da necessidade; aqui, muito pouco se perde.

É assim: 1. O país é cerca de 3 vezes maior que Portugal; 2. O país tem 2 milhões de habitantes; 3. A sua maior cidade, Estocolmo, tem 500.000 habitantes (Lisboa tem 1 milhão); 4. Empresas de capital sueco: Volvo, Scania, Ericsson, Electrolux, ABB, Nokia,... 5. Para ter uma idéia, a Volvo fabrica os motores propulsores para os foguetes da NASA. Digo a todos estes nossos grupos globais de trabalhadores: os suecos podem estar errados, mas são eles que pagam nossos salários.Entretanto, vale salientar que não conheço um povo, como povo mesmo, que tenha mais cultura coletiva do que eles.

Vou contar-vos uma breve história, só para vos dar uma noção...A primeira vez que fui para lá, em 1990, um dos colegas suecos apanhava-me no hotel todas as manhãs. Era Setembro, frio, e a neve estava presente. Chegávamos bem cedo à Volvo e ele estacionava o carro longe da porta de entrada (são 2.000 funcionários de carro). No primeiro dia não disse nada, no segundo, no terceiro... Depois, com um pouco mais de intimidade, uma manhã perguntei-lhe: - Você tem lugar marcado para estacionar aqui? Chegamos sempre cedo, o estacionamento está vazio e você deixa o carro à ponta do parque. Ele respondeu-me, simples, assim: - É que, como chegamos cedo, temos tempo de andar. Quem chegar mais tarde já vem atrasado, precisa mais de ficar perto da porta. Você não acha?Nesse dia, percebi a filosofia sueca de cidadania!

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