2006/03/31

fui ler a notícia que saiu no diário de coimbra acerca duma "palestra" de belmiro de azevedo na universidade de coimbra (e "publicitada" neste blogue). algumas passagens:

«Para quê um Estado promotor e único, monopolista, e não questionado, em vez de um Estado regulador e fiscalizador da qualidade da Educação?»

«O que vemos são as universidades a andar em marcha lenta, enquanto que os empresários e a vida andam em marcha acelerada»

«Estado a mais no Ensino, enquanto que a sua qualidade tem baixado sistematicamente ao longo dos anos»

«O que interessa é estimular a liberdade de ensino, tanto pública, como privada, mas sempre com qualidade»

«[as Universidades, estão] demasiado voltadas para dentro (...) [terão de] ser mais abertos ao mundo moderno (...), [nomeadamente, no que respeita à] mobilidade [das pessoas] entre Universidades e empresas, [as chamadas] carreiras em ziguezague»


estou de acordo com alguns dos comentários/críticas ao status quo, no entanto pergunto-me:
i) que projectos de colaboração com/investimento em universidades é que o grupo sonae está envolvido?
ii) como se garante a qualidade do ensino/investigação que uma universidade (de índole privada) promove? pelo número de ex-governantes que fazem parte do quadro docente? pelo número de patentes? pelo índice das publicações científicas? pelo número de livros editados? pelo número de conferências internacionais promovidas? faz-se de tudo isto e mais ainda!
iii) a abertura da universidade ao "mundo exterior" está, na maioria dos casos, proporcionalmente relacionada com o interesse do "mundo exterior" pela universidade! (em muitos casos, as empresas, as organizações, as associações simplesmente não estão dispostas a pagar (sim a pagar!) pelos serviços que solicitam às universidades! mas fazem-no, por vezes de forma insensata mas confiante, a "certas e determinadas" empresas.
iv) uma carreira académica (aqui, ou noutro lado qualquer do mundo) é feita com base em investigação (sensu lato). como é que, durante a estadia numa dada empresa em que se exige "dedicação total ao negócio", se promove o desenvolvimento dessa investigação que, depois, auxilia o desempenho e prosseguimento da carreira universitária? já agora, com é que a parte desse percurso que decorre no mundo académico beneficiará a posterior mudança para uma empresa (realizando trabalhos de extensão ou prestação de serviços a empresas!?).
v) a formação-ao-longo-da-vida deve ser um "princípio da vida profissional" (a responsabilidade de promover a formação é tanto da universidade como das pessoas!).

1 comentário:

MJMatos disse...

Boas perguntas. Já fiz uma chamada para aqui na entrada respectiva do "Que Universidade?"