2009/06/03

para completar o meu post enquanto grevista (e depois de ler comentários às notícias do público online, aqui, e das "trocas" de comentários em alguns blogues a ela ligados) gostava de escrever o seguinte:

o "provincianismo (muito) português" de estudei lá fora, nesta ou naquela instituição "de topo" (porque está na lista das 50 "melhores do mundo" - já agora elaborada por quem?), em que as pessoas são contratadas pela sua competência (vulgo c.v. e entrevista?) e não com base em cunhas ou qualquer outro tipo de "corrupção"/"fraude" (sem contar as cartas de referência do(s) orientador(es) e post-doc(s) que, por acaso, partilharam laboratório e etc.) , em concursos transparentes, realizados por pessoas ("experts") idóneos e isentos, etc. versus tudo em portugal é corrupto, sem importância, opaco, incompetente, não-listado, etc. - em resumo, uns viram a luz (lá de fora) e outros não (cá dentro) - também já (me) cansa!

não significa este desabafo que todos os estiveram/estão lá fora não são bons! Obviamente, nem todos os que por cá ficaram são maus!! Em muitas situações, estamos a comparar o incomparável (em termos de dinheiro/financiamento/custo, dimensão, etc.)...

na instituição de ensino superior em que trabalho, 70% dos docentes (bastantes com doutoramento) são contratados a termo certo (2 em 2 anos) como "convidados" para leccionar 10 a 15h aulas por semana (e não, nem sempre da mesma disciplina anos-a-fio!), desempenhar 1 ou 2 cargos de gestão (direcção de curso, coordenação de laboratórios de aulas, prestações de serviços à comunidade, etc.), fazer investigação (aplicada) integrados em centros de investigação/laboratórios associados do estado, publicar (em revistas internacionais com arbitragem científica), etc. mas isto não serve (agora)! vamos todos concorrer, dando oportunidade aos/às "melhores" para ocuparem os lugares! com júris exteriores à instituição para que seja isento (pelo menos no que toca aos candidatos "internos" pois quanto aos "externos" podem sempre ser acólitos dos membros do júri; aliás "toda gente sabe que" a vodafone "contrata" júris da tmn e da optimus para escolher os seus colaboradores) embora dúbio do ponto de vista da intensa "competição" técnica e científica inter-institucional; com incidência (palavra abominável que justificou, em tempos, a contratação de centenas de pessoas, "internas" e "externas" que agora integram os tais júris isentos) na competência científica (vulgo papers e projectos; que se ganhou com esforço e dedicação, bem sei, mas de forma dedicada e exclusiva na maior parte do tempo para uns enquanto para outros...). "tá certo"...

um comentário de Edu(l)colândia a um post no blogue QueUniversidade? pode ler-se como frase final, de remate, ao acordo do CCISP relativamente à última proposta do MCTES: "A receita é velha e vem do tempo da outra Senhora, pagar bem aos cocheiros para fazer andar os cavalos...". impéc (a frase e não a atitude)!

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